Os modos multiplayer mais loucos de GoldenEye 007 — e por que eram geniais!

Os modos multiplayer mais loucos de GoldenEye 007 — e por que eram geniais!

30 de maio de 2025 Off Por Markus Norat

You Only Live Twice, The Man With The Golden Gun e outros clássicos que criaram uma nova forma de jogar FPS

Quando se fala em GoldenEye 007, é comum que as memórias mais vívidas não sejam das missões solo, mas sim das lendárias disputas no sofá, com tela dividida em quatro quadrantes, gritos, trapaças e amizades abaladas por um tiro de proximidade ou uma granada bem colocada.

O modo multiplayer local de GoldenEye 007, lançado em 1997 para o Nintendo 64, não era só um extra — era uma revolução. Desenvolvido nos últimos seis meses antes do jogo ser finalizado, quase como um experimento de última hora, ele acabou se tornando um dos pilares que consolidaram o FPS nos consoles.

O mais impressionante? A Rare não apenas implementou multiplayer em um jogo de tiro em 3D no N64 — ela criou modos de jogo criativos, malucos e absolutamente viciantes, que redefiniram a forma como os jogadores se divertiam juntos na mesma sala. Hoje, no Revolution Arena, vamos relembrar os modos multiplayer mais insanos de GoldenEye 007 — e entender por que eles foram tão geniais e influentes.


🎮 O Nascimento do Multiplayer de Sofá

Antes de GoldenEye, a maior parte dos jogos de tiro em primeira pessoa era limitada aos PCs e aos cabos de rede. A Rare mudou esse cenário ao oferecer um multiplayer para até quatro jogadores na mesma tela, usando os quatro ports do Nintendo 64.

Sem conexão online, sem matchmaking, sem latência — só você, seus amigos, um controle (por jogador, claro), uma tela dividida e muita treta.

O multiplayer de GoldenEye oferecia personalização absurda para a época: escolha do mapa, número de jogadores, tipo de armas, duração da partida, condições de vitória e, claro, modos de jogo completamente diferentes.


🔫 1. You Only Live Twice — O Estresse com Data de Validade

Inspirado no título de um dos filmes clássicos de James Bond, esse modo trazia uma mecânica simples, mas devastadora: cada jogador tinha apenas duas vidas. Depois disso, estava fora do jogo.

Essa limitação criava uma tensão estratégica inédita. Os jogadores jogavam com mais cautela, evitavam confrontos diretos, se escondiam e aguardavam o momento certo. Era um modo onde sobrevivência era mais importante que agressividade — e onde cada erro podia te tirar da partida prematuramente.

Por que foi genial:
Transformou uma arena caótica de mata-mata em um verdadeiro jogo de caça e esconde. Um exemplo de como limitar as vidas multiplicava a intensidade.


💀 2. License to Kill — Um Tiro, Uma Morte

Outro nome vindo diretamente dos filmes da franquia, esse modo transformava qualquer arma em uma ferramenta letal. Um único tiro bastava para matar.

De pistolas a facas lançáveis, tudo ganhava poder máximo. O resultado? Um modo ultra rápido, onde reflexos e precisão valiam mais do que arsenal ou estratégia.

Por que foi genial:
Redefiniu o conceito de “high stakes”. Bastava um disparo bem colocado para vencer. Foi um antecessor espiritual do que jogos modernos chamam de “hardcore mode”.


🔫 3. The Man With The Golden Gun — O Rei da Colina com Estilo Bond

Esse talvez seja o modo mais icônico de todos. Uma única Pistola de Ouro (que mata com um tiro) era posicionada em um ponto do mapa. Quem pegava, se tornava o alvo de todos os outros. E só perdia a arma se fosse morto.

O jogador com a Golden Gun não podia pegar coletes à prova de balas, o que equilibrava o jogo e dava chance aos outros. O modo gerava partidas onde um jogador era caçado por três, e o caos reinava.

Por que foi genial:
Criou uma dinâmica assimétrica e imprevisível, onde o jogo mudava de mãos a cada segundo. Foi o precursor de modos como “juggernaut”, “reino do poder” e “carregue a relíquia” em FPS modernos.


🏁 4. The Living Daylights — Capture a Bandeira com um Twist

Aqui, uma única bandeira aparecia no mapa. O objetivo? Segurá-la o maior tempo possível. Mas quem estivesse com a bandeira não podia usar armas — só pegá-las para impedir os oponentes de coletar munição.

O jogo se transformava numa corrida tática entre quem corria com a bandeira e quem tentava interceptar. Era caos puro, mas com mecânicas de controle de mapa que exigiam visão estratégica.

Por que foi genial:
Misturou ação, controle de território e sacrifício ofensivo, antecipando ideias que seriam exploradas mais tarde por jogos como Halo e Overwatch.


🔁 5. Normal Mode — O Clássico, Mas com Esteroides

Apesar de parecer simples — um deathmatch onde vence quem tiver mais mortes — o modo “Normal” de GoldenEye permitia um nível de customização impressionante para a época.

Você podia:

  • Escolher as armas (melee, explosivos, automáticas, fantasiosas);
  • Limitar a munição;
  • Jogar em equipe ou no estilo “cada um por si”;
  • Selecionar personagens icônicos da franquia James Bond.

Por que foi genial:
Porque entregava liberdade total ao jogador. Um exemplo primitivo de sandbox tático em FPS multiplayer, onde cada partida era uma nova experiência.


🧠 Por Que Tudo Isso Foi Inovador?

O modo multiplayer de GoldenEye 007 foi um divisor de águas, e não apenas por ser divertido. Ele:

  • Criou modos de jogo com objetivos diferentes do “mate mais”;
  • Introduziu dinâmicas assimétricas (1 vs todos, vida limitada, bandeira sem arma);
  • Usou personagens, armas e ideias da franquia Bond para dar identidade a cada modo;
  • Ofereceu regras customizáveis em uma era onde isso era raríssimo nos consoles;
  • Tornou-se o modelo para diversos jogos de tiro nos anos 2000 — incluindo Halo, Perfect Dark, TimeSplitters e Call of Duty.

E o mais impressionante: foi tudo feito em seis meses, por um programador (Steve Ellis) que adaptou o código do modo solo e, praticamente do zero, criou o que seria o embrião do multiplayer moderno nos consoles.


📌 Curiosidades que Você Provavelmente Não Sabia:

  • 🧪 Algumas fases do multiplayer foram adaptadas diretamente das missões da campanha, mas nem todas suportavam quatro jogadores por falta de espaço.
  • 🎭 O modo multiplayer permitia jogar com personagens de outros filmes de 007, como Oddjob, Jaws e Baron Samedi.
  • ⚠️ Jogadores com “ética duvidosa” usavam Oddjob por ele ser mais baixo — o que dificultava ser atingido.
  • 📺 A tela dividida em quatro exigia TVs grandes, e muitos jogadores usavam pedaços de papelão para impedir os outros de espiar sua parte da tela.
  • 🧱 Algumas comunidades online consideram o multiplayer de GoldenEye o “nascimento dos e-sports domésticos”, por conta da competição intensa em torneios informais.

Os modos multiplayer de GoldenEye 007 não eram apenas complementos: eram experiências completas, pensadas com inteligência, equilíbrio e criatividade. Em uma época sem servidores online ou matchmaking, a Rare entregou algo que uniu pessoas na mesma sala e transformou um jogo de tiro em um fenômeno social.

Cada modo tinha sua lógica, seu ritmo e sua própria história. E por isso, ainda hoje, GoldenEye 007 é lembrado não apenas como um marco técnico, mas como o jogo que ensinou ao mundo que multiplayer podia ser muito mais do que apenas atirar em tudo o que se move.

Você sobreviveu ao modo “You Only Live Twice”? Já dominou a Golden Gun? Conte pra gente nos comentários e compartilhe essa nostalgia com seus amigos! E continue ligado no Revolution Arena para mais segredos dos bastidores dos jogos que marcaram época.

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